A construção de uma nova rotina

Foto: THE 5TH - Unsplash

Ficar em casa nestes dias de necessário isolamento, para mim que já era adepta do home office, não tem sido nada de novo nem tão difícil, até porque, essa já era a minha rotina. Mas, quando ouvimos falar em afastamento, distanciamento social e reclusão domiciliar, a impressão que se tem é de que estamos sofrendo uma sanção, uma punição e isso, automaticamente, causa um bloqueio negativo em nosso cérebro. 

Entretanto, tudo é uma questão de perspectiva, de como queremos vivenciar tal momento, pois a minha quarentena será da forma como eu quiser e puder encará-la. Fácil? Jamais! Mas, perfeitamente, possível, tudo depende da minha dinâmica pessoal e emocional em lidar com as novas situações que nos são apresentadas. 

Hoje, minha relação com a minha casa está mais próxima e corrida, é claro! Atividades antes negligenciadas, incorporaram-se à minha nova rotina e tenho que dar conta de tudo: limpar, cozinhar, lavar, passar e começar tudo de novo – todo dia e no outro também. Além disso, tenho meu teletrabalho e ainda não posso esquecer de fazer atividade física. Ufa!!! 

Mas, com tantas ocupações parecia que não sobraria tempo para mais nada… mas, felizmente, ainda tenho realizado algumas pequenas mudanças que estavam a um “tempão” esperando um “tempinho”: ajeitar o jardim, trocar móveis de lugar, afixar quadros na parede, colocar séries e leituras em dia… enfim, transformar a casa em um espaço mais gostoso e prazeroso de ficar. 

Vejo que ficar, forçosamente, em casa é uma oportunidade maravilhosa de estar mais próxima dos meus – no meu caso, só meu marido! E que bom que tenho ele para fazer companhia, conversar e também dividir tarefas, as quais sempre delegávamos ou dependíamos de alguém para cumprir. Hoje, o jogo mudou e acredito que a partir dessa reviravolta muita coisa não será mais como antes. Estamos descobrindo uma nova independência e novas oportunidades. 

Oportunidades de lançar um olhar mais humano para nossas relações, mais criativo para nosso lar e mais solidário para uma causa que não é minha, não é sua, mas é de todos. Uma causa que requer nosso mais profundo engajamento e, esse engajamento, é só respeitar o outro nos isolando. Essa experiência tem nos mostrado que basta simplificar nossa visão, que tudo a nossa volta ganha contornos mais precisos, mais fáceis e naturais. 

Cada pessoa tem sua forma de encarar um momento tão delicado como este, mas vamos transformar essa sensação de ameaça, que nos é inerente, em novos e positivos desafios. Acho que um ponto primordial nessa jornada é se desafiar a, principalmente, filtrar as informação que você recebe. Se o excesso e a inconsistência de notícias tem te prejudicado, mude o seu canal de recepção. Aliás, dessintonize e procure uma estação de fontes, indicadores e dados fidedignos e confiáveis. Seja pontual em sua busca, procure aquela informação específica que te interessa e descarte o restante. 

Enfrentar esse momento requer muito bom senso e respeito, pois diante de uma situação tão difícil permeada por tanto sofrimento, vamos fazer a nossa parte sendo uma fonte de paz, conforto e leveza em nossos assuntos, em nossos conteúdos, em nossos sentimentos e pensamentos. A mídia em geral já nos traz um panorama real do que acontece mundo a fora e da forma como devemos nos proteger deste inimigo invisível, então, cabe a nós, cautela! Não vamos nos tornar um veículo de divulgação e repasse de desalento. Vamos levar 

mensagens de positivismo e elevar as boas energias. É disso que precisamos: gente do bem e que faça o bem! Afinal, o meu esforço individual é em prol do benefício e do equilíbrio coletivo. 

Agora é hora de nos reconectarmos. De olhar para si mesmo e para nossas relações pessoais, profissionais, sociais e encontrar força e alegria para seguir adiante, pois “hoje nos afastamos para que amanhã possamos nos abraçar novamente.”

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