Marrocos: uma experiência inesquecível

Viajar é bom e não há quem não goste, certo? Seja por um fim de semana ou por um ano, todo mundo curte quebrar um pouco a rotina e ir atrás de aventuras em terras diferente – e/ou distantes. E, no quesito viagem para terras distantes, o brasileiro tem investido bem. Segundo a Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), a população brasileira movimentou cerca de R$220 milhões em viagens nacionais e internacionais no segundo semestre de 2016. Contudo, com a recessão econômica, o brasileiro tem optado por trechos mais em conta. Hoje, nós, da Revista DUE, mostraremos a você um destino surpreendente e econômico: o Marrocos.

Situado no Norte do continente africano, o Marrocos é um país extenso e rico em diversidade geográfica. Entre suas rodovias que ligam as principais cidades turísticas, o visitante pode encontrar desde cidades imperiais até montanhas, praias e, obviamente, o deserto. Em uma semana, é possível conhecer bastante do país, mas o ideal é que o turista fique em terras marroquinas por duas semanas. Aqui, te daremos dicas sobre Marrakesh e o famoso Saara.

Foto por Ursula Drake / Unsplash

Marrakesh (ou ‘terra de Deus’)

Também conhecida como ‘La ville Rouge’ (a cidade vermelha), Marrakesh tem esse apelido devido à aridez do vermelho monocromático de suas casas e construções, ricas em história e arquitetura. Aridez essa que marca a divisão da cidade em duas partes: a Medina, ou centro histórico (centre-ville), e a Nouvelle-Ville (vila nova). Por entre os 23 muros que cercam a Medina, você pode se deixar levar pelas ruas repletas de restaurantes, barraquinhas de sucos naturais e ambulantes. Vale a pena provar os inúmeros sucos naturais e batidas de frutas dos ambulantes no centro. Além de serem baratos, são deliciosos. E, enquanto você saboreia seu suco, gaste um tempo nos Souks, que são as famosas tendas artesanais localizadas no coração da Medina.

Dica: antes de comprar, barganhe absolutamente TUDO. O marroquino tem a cultura de colocar os preços muito elevados e baixar a cada barganha. Outra dica bacana é fazer o banho marroquino. É um ritual: primeiro, eles te dão um banho esfoliante em uma sauna, e depois uma massagem relaxante. Ainda na Medina, aproveite para conhecer o Palais de la Bahia, a Koutoubia, o Jardim Majorelle e o Museu Marrakesh. Cada um desses locais conta muito da história marroquina resgatada através de suas paredes e construções. À noite, o legal é passear pela Praça Jemaa El-Fna. Lá, você encontra uma variedade enorme da gastronomia marroquina por entre as barraquinhas de comes e bebes. Já a Nouvelle-Ville, ou Guéliz, é a parte mais ocidental da cidade. É lá onde se encontram boutiques de luxo e as famosas lojas fast-fashion europeias. Vale a pena dar um pulo para conhecer a parte moderna da cidade, mas o encanto mesmo fica por conta da parte histórica. Conhecer Marrakesh é, sem sombra de dúvidas, uma experiência incrível!

Foto por Katerina Radvanska / Unsplash

Saara

Para quem pisa em solo marroquino, é indubitavelmente aconselhável fazer uma viagem ao Saara. Como é algo bem procurado por turistas do mundo todo, há uma gama de opções na hora de escolher o tour para o deserto, seja partindo de Marrakesh e voltando para lá ou até mesmo partindo de lá em direção a outra cidade. Há também a opção de um dia ou até uma semana no deserto. Eu fiz o tour de três dias, que consistia em dormir a primeira noite em um hotel e a segunda nas tendas berberes no deserto. Algo inexplicável.

Durante os três dias, fizemos diversas paradas e conhecemos bastante da cultura berbere. A primeira parada é na estrada das Montanhas do Atlas, considerada patrimônio cultural da Unesco. Ali, o turista pode desfrutar de uma bela paisagem a mais de quatro mil metros de altura. A estrada é bastante sinuosa, e é recomendável que se conduza devagar. De lá, o tour segue para os estúdios de cinema de Ouarzazate (a céu aberto, no caso), chamado de “The Silent City”. Entre a apreciação da paisagem, o turista tem a chance de conhecer o estilo de vida dos berberes ao parar num oásis e ouvir de um dos guias locais toda a explicação de como funciona a vida ali.

Já no segundo dia, é possível conhecer a rota de Todra Gorge, que são falésias de mais de 300 metros de altura cortadas pelo rio Todra – um fenônemo natural. Daí, a viagem segue rumo ao deserto, para um passeio de dromedário até as tendas no Saara. Ali, todos os turistas dividem junto aos berberes um jantar típico, seguido de uma apresentação cultural. A noite no Saara é algo inexplicável; o cenário é digno de filme. Assistir ao entardecer e ao amanhecer no deserto é uma experiência inesquecível – além de ver o quão rico o Marrocos é em cultura, tão quanto o nosso Brasil.

Curiosidade: Sahara, em árabe, significa deserto (então, sim, falamos ‘deserto do deserto’).

O QUE VOCÊ PRECISA SABER?

Berbere: nomenclatura dada à primeira civilização do Norte da África. Se não fosse por eles, as rotas comerciais da África sub-saariana com o Oriente Médio e até mesmo com a Europa demorariam séculos para se tornar realidade.

Idiomas oficiais: árabe e francês. Contudo, você encontra muita gente que fale inglês e espanhol.

Moeda: dirham marroquino – MAD (R$1 equivale a um pouco mais de 2 MAD)

Dicas importantes: barganhar TUDO o que comprar, respeitar as vestimentas (ou seja, usar pouco decote) e desfrutar bem o dia na cidade.

 

Por Flávia Motta