Calvície feminina é cada vez menos rara

Enfermidade pode surgir por hereditariedade ou ter ligação com outras doenças

Bem comum e atribuída geralmente ao gênero masculino, a cada novo ano a calvície vem perdendo o certificado de ‘rara’ entre as mulheres. A calvície feminina ataca os fios capilares frontoparietais, localizados no topo da cabeça, e é alarmante quando ultrapassa a perda diária de 100 pelos. “Esta rarefação pode estar ligada a outras enfermidades como o hipotireoidismo, anemias e tratamentos oncológicos”, alerta a dermatologista do Sistema Hapvida Saúde, Jaqueline Ferraz.

Item mais evidente da vaidade feminina, o cabelo está mais vulnerável à calvície do que se imagina. Segundo pesquisa realizada pela Universidade de Bonn em 2005, um gene do cromossomo X – doado ao DNA exclusivamente pela mãe– foi encontrado constantemente nos calvos estudados. Então, a hereditariedade da calvície, chamada alopecia androgenética, vem do lado materno.

Existem, no entanto, outras duas causas atribuídas à queda dos fios. A primeira delas é o eflúvio telógeno, que surge três meses após partos, cirurgias, suspensão do uso de algumas medicações e estresse e tem duração média de um semestre; a outra, conhecida como alopecia areata, é localizada ou total, podendo estar associada a algumas doenças autoimunes e também ao estresse.

A dermatologista explica que a perda dos fios costuma iniciar após a puberdade e tende a aumentar significativamente após a menopausa. Para que o diagnóstico de calvície seja dado, a paciente tem de perceber a queda de quantidade superior a 100 pelos por dia, encontrados nas roupas, em travesseiros e no chão do banheiro.

Valéria de Carvalho é advogada, tem 45 anos e desde os 22 anos percebe a queda dos fios capilares. “Meu endocrinologista identificou a perda do cabelo após diagnosticar hipertireoidismo. Dez anos depois, fiz a cirurgia e, desde então, o cabelo deixou de cair, no entanto, ainda ficou a calvície”, lembra. Ela também possui herança genética da doença: sua avó materna, tia e prima também são calvas.

O acompanhamento com um especialista é fundamental para o controle da rarefação. Ele irá traçar a melhor forma de tratar a calvície. “A depender do caso, pode ser receitada suplementação com algumas vitaminas como biotina e cisteína, uso de xampus específicos, tratamento da dermatite seborreia (caspa), ou uso de medicações que aumentem a circulação do couro cabeludo e estimulam o crescimento do pelo”, conta a médica.

 

 

 

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