25 de novembro: a importância da independência financeira no combate da violência contra as mulheres

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Para conscientizar e combater atos de violência físicas e psicológicas contra o gênero feminino, que existem diversas datas, como o dia 25 de novembro, no qual foi constituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres.

Contudo, os números de violência contra as mulheres ainda são grandes, pois só no primeiro semestre de 2022 a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos (ONDH) apontou 31.398 denúncias e 169.676 violações envolvendo a violência doméstica de gênero.  Outro dado mostra que em nove em cada 10 mulheres vítimas de feminicídio morreram por ação do companheiro ou de algum parente em 2021, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

A 3ª edição da pesquisa “Visível e Invisível: A Vitimização de Mulheres no Brasil – 2021”, realizada a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e realizada pelo Instituto Patrícia Galvão, mostrou que para 79% das mulheres, ter a própria renda dá mais condições para denunciar uma situação de violência doméstica. E, 80% das mulheres, alegaram que não ter como se sustentar ou sustentar seus filhos, dificulta sair de situações de violência doméstica.

Observando esse contexto, várias iniciativas para promover a liberdade financeira das mulheres têm sido pensadas e executadas nos últimos anos na tentativa de oferecer suporte e independência para essas vítimas. Dentre essas propostas o Instituto de Ensino Senior Concierge, criou o projeto “Elas no Centro” que oferece bolsas de estudo para a formação de cuidadoras de idosos, ramo que tem uma alta demanda no mercado nacional, exclusivamente para mulheres em situação de vulnerabilidade, que sofreram violência.

Projeto Elas no Centro
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Márcia Sena, especialista em longevidade ativa e fundadora e CEO da Senior Concierge e do Instituto Senior Concierge, relata que o projeto nasceu do desejo de desenvolver mulheres profissionalmente e promover a independência financeira. Ainda ressalta, a formação permitiu para muitas profissionais que já participaram da iniciativa, sair da situação de agressão.

“Esse projeto tem o apoio fundamental do Ministério Público, com as promotoras Annunziatta Alves, Estefânia Paulin e Juliana Mendonça Gentil, que criaram um grupo de trabalho especial para acompanhar a iniciativa e prestar suporte às alunas que participam dos Centros de Defesa e de Convivência da Mulher (CDCMs), como a Casa de Sofia, Crescer e Mulheres Vivas”, explicou Márcia Sena.

Projeto Elas no Centro
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Uma aluna do curso conta que a iniciativa promoveu uma enorme mudança em sua vida. “Onde eu trabalho ganho um salário-mínimo e o curso traz uma possibilidade de mudança de 360 graus em minha vida. Dentro de mim, me sinto uma pessoa totalmente diferente, com mais autoestima, outra pessoa”, afirma a bolsista.

O curso de capacitação tem uma duração de 160 horas, com métodos de treinamento desenvolvidos pela instituição e focado no envelhecimento ativo. Além disso, as alunas recebem vale transporte, materiais de estudo e alimentação. Também é oferecido um estágio profissionalizante em uma Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI).

“O resultado está sendo maravilhoso, portanto, queremos continuar a formar profissionais excelentes e deixar todas preparadas para o mercado de trabalho. Além disso, o que mais nos estimula é que muitas dessas alunas já estão trabalhando conosco na Senior Concierge”, diz Sena.

A empresária complementa falando da importância do Governo e da sociedade promoverem ações que reintegrem as vítimas. “Não basta afastá-las do agressor e dar um lar temporário e comida. É preciso investir nelas, educá-las, dar uma profissão que lhes permita ter um emprego. Assim, conseguem o sustento, a dignidade e a independência. Foi dessa premissa que surgiu o projeto Elas no Centro”, afirma.

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