Passo a passo para escolher o sofá ideal

Neste projeto dos arquitetos Eloy e Felipe Fichberg, o sofá foi uma peça desenhada por eles, com exclusividade. A estrutura de madeira, com encostos e assentos em veludo azul, foi trazida para enfatizar o estilo único e intrigante do décor retro futurista. Para chegar nessa decisão, foram considerados os traços dessa estética e o contraste de cor | Projeto Trees Arquitetura | Foto: Marco Antônio

Não temo como cogitar uma sala de estar sem uma sofá, uma vez que o mobiliário está diretamente atrelado ao cerne do ambiente para sua funcionalidade e conforto. Por isso, os arquitetos Eloy e Felipe Fichberg, à frente do escritório Trees Arquitetura, ressaltam que sua definição acompanha uma atenção redobrada pautada na análise de diversos fatores que convergem para sua decisão.  “Em geral, ele pode tanto assumir o  protagonismo ou apenas o papel de complementar o espaço. Mas assim como os demais elementos, precisa conversar com o espaço e refletir as preferência dos moradores”, pontuam pai e filho que uniram gerações no escritório.

Leve em conta as dimensões

O primeiro aspecto, indubitavelmente, leva em consideração a área disponível para sua colocação. A análise da largura, profundidade e altura do móvel evita a compra de um sofá inadequado para as dimensões existentes no local, bem como não se torna um estorvo para o layout, a circulação e acesso às portas e janelas. “O sofá ideal é a somatória do equilíbrio de todas as questões que analisamos. Sobre o seu tamanho, um muito grande pode dominar o ambiente, enquanto uma peça muito pequena enaltecerá a desproporcionalidade e não atenderá às necessidades dos ocupantes”, diz Felipe Fichberg.

Para a dupla do escritório, é essencial eleger o modelo que exalte a harmonia com o restante dos móveis, cores e padrões presentes na sala | Projeto da Trees Arquitetura | Foto: Divulgação

Após resolver a temática tamanho, o modelo passa a ser o próximo fator determinante – é nessa etapa que o projeto decide se o sofá terá a alcunha de personagem principal ou um coadjuvante – não menos importante, por assim dizer.

 Se o objetivo for transformá-lo no ponto central, modelos mais amplos e imponentes atendem a proposta, entretanto, se a intenção for inseri-lo como um móvel complementar, um exemplar mais discreto, e com cores neutras, responde com exatidão. “Em ambos os casos, o conforto caminha como diretriz principal”, orienta Eloy.

Prova dos 9

Para não restar dúvidas, os arquitetos avaliam que o teste é um passo que não abre mão nos projetos que realizam. Além de uma futura insatisfação, por não ser exatamente ‘como imaginam’, o cuidado evita experiências frustrantes e problemas de saúde dos moradores, a médio e curto prazo, por conta da ergonomia. Na loja, Eloy descreve os seguintes critérios de análise:

  • Sente-se: Sinta o conforto ao deitar-se e sentar-se, observando se estofamento e o assento são firmes e agradáveis;
  • Teste a ergonomia: Veja se o sofá oferece um bom apoio lombar e proporcional para o apoio da coluna;
  • Altura: Certifique-se de que a altura do assento é adequada para joelhos e pés, que devem tocar o chão confortavelmente.;
  • Braços do sofá: Teste a altura e a largura dos braços do sofá para aferir se são convenientes para descansar os braços e as mãos.
  • Durabilidade e estabilidade: Pressione os braços e o encosto para ter certeza de que dispõem das duas características.
Com relação aos detalhes do móvel, o design do braço curvo nas extremidades forma a concavidade ideal e anatômica de descanso das mãos ao se sentar, enquanto o encosto é inclinado levemente para trazer relaxamento | Projeto do escritório Trees Arquitetura | Foto: Marco Antônio

Em compras online, investimento considerado arriscado pelos arquitetos, recomenda-se uma pesquisa intensa para entender características do produto e  ler as avaliações feitas pelos consumidores no que diz respeito às perspectivas de conforto. Se for impossível adquirir em uma loja física, o conselho é dar preferência para marcas reconhecidas e confiáveis – não antes de verificar a política de devolução da empresa para que a alegria não se torne uma dor de cabeça.

Harmonize materiais e cores

De forma geral, o sofá não deve destoar dos outros móveis, paredes e tapetes. Então, para ambientes com pegada mais moderna, contemporânea, boho e até industrial, cores vivas e sólidas, como azul-turquesa, amarelo ou verde, podem adicionar um toque de ousadia e personalidade. Já os estilos mais clássicos e elegantes combinam com tons mais sóbrios e sofisticados, como azul-marinho, cinza escuro ou vinho. De maneira geral, os arquitetos da Trees entendem que a decisão é muito pessoal, mas para quem tem medo de se arrepender, a opção de encapar com diferentes cores, para diferentes estações do ano, é super válida.

Nessa sala de televisão, todos os elementos foram combinados para criar uma atmosfera voltada para a natureza. Sofá e as paredes compartilham da mesma tonalidade para lembrar a areia, enquanto os quadros selecionados remetem ao mar | Projeto do escritório Trees Arquitetura | Foto: Ricardo Abreu

Entre uma paleta de cores dominantes e os tons complementares, estudamos quais são aquelas que combinam ou provoquem o contraste. Cores como branco, bege, cinza e marrom são versáteis e atemporais, funcionando bem com qualquer estilo de decoração. O móvel neutro sempre nos proporciona uma base sólida para a sala e permite a adição de toques mais vivos por meio das almofadas, mantas e objetos decorativos”, sugere Felipe.

No acabamento, cada material possui características distintas, mas de acordo com os profissionais, os mais empregados são:

  • Couro: Clássico e elegante para sofás, além de durável e resistente, também melhora com o tempo, adquirindo uma aparência única à medida que envelhece. Fácil de limpar, é uma excelente opção para famílias com crianças ou animais de estimação;
  • Tecidos Naturais: Do tipo algodão e linho, oferecem uma sensação suave e confortável ao toque, além de mais ‘respiráveis’ – perfeito para regiões com temperaturas mais altas. No entanto, tecidos naturais podem ser mais propensos a manchas e requerem um pouco mais de cuidado na limpeza;
  • Tecidos Sintéticos: poliéster, microfibra e nylon, entre outros, são conhecidos por serem resistentes às manchas, de higienização simplificada e financeiramente mais acessíveis.

No longo prazo, questões como material, resistência, durabilidade e manutenção são fundamentais para prolongar a vida do produto. No começo, uma limpeza regular com aspirador é o suficiente, combinado com outros cuidados diários para evitar manchas e outros acidentes. Deixar distante da exposição direta à luz solar também ajuda na preservação da cor e, após certo período, é importante considerar uma higienização profissional que saberá manusear produtos e aparelhos mais complexos”, completa Eloy, que ainda lembra que cada fabricante possui especificações de limpeza direta para os modelos.

Modelos mais pedidos

Os arquitetos Felipe e Eloy listaram três modelos:

  1. Sofá Chesterfield: Clássico e atemporal, é reconhecido pelo design sofisticado e elegante. Geralmente de couro, é lembrado pelos fãs da série  Friends como ponto de encontro no meio da cafeteria;
  2. Sofá Modular: Excelente para ambientes modernos e versáteis, pois dispõe de variadas formas de se adequar ao espaço disponível e às preferências do usuário. Os módulos podem incluir diferentes tipos de assentos, como chaises, poltronas e pufes, permitindo uma personalização completa ;
  3. Sofá Mid-century: Inspirado no design dos anos 1950 e 1960, possui linhas simples, elegantes e funcionais. Com pernas afiladas de madeira e formas geométricas, é perfeito para quem busca uma aparência mais retrô e moderna ao mesmo tempo.

Instagram: @treesarquitetura

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