Procrastinação produtiva existe?

Foto: Karim MANJRA - Unsplash

Existe sim! Pode parecer estranho, mas é o que defende o filósofo e professor da Universidade de Stanford no seu livro A Arte de Procrastinar.

Nesse livro ele se reconhece como uma pessoa procrastinadora que consegue fazer muitas coisas, já que a procrastinação não é necessariamente uma coisa extremamente ruim. Sendo assim, ele criou o conceito de Procrastinação Produtiva.

Sabe quando você tem algo super importante para resolver, já definiu aquilo como prioridade no dia mas fica resolvendo outras pendências, fazendo outras coisas, a hora passando e o que era prioridade ficando para o final?? Acaba que só faz em cima do prazo porque, infelizmente, não dá mais para adiar.

Se você se identificou com essa cena, é porque você já pratica um pouco da procrastinação produtiva.

A ideia do livro vem para nos trazer o seguinte entendimento: se vai procrastinar, que faça isso usando o tempo de forma útil fazendo coisas que estão pendentes de solução.

Ele dá algumas estratégias para você praticar a procrastinação produtiva:

  • Auto-enganação: crie uma listinha de pendências a resolver, desde tarefas mais simples e rotineiras quanto os compromissos e demandas importantes. Sempre que tiver vontade de adiar algo muito desafiador, use o tempo ocioso fazendo alguma coisa dessa lista. Você estará sendo produtivo, mesmo procrastinando;
  • Fragmentação: a forma mais eficiente de começar e terminar uma tarefa muito trabalhosa é dividindo-a em várias etapas pequenas, fáceis e rápidas de executar. No afã de economizar energia para sobrevivência, nosso cérebro tenta rejeitar tudo o que é muito grande e complexo. Então fragmente, pois fica mais fácil e tudo começa a fluir melhor e com mais leveza;
  • Top 3: escolha para o seu dia as 3 tarefas mais importantes e fique fazendo rodízio entre elas até ir finalizando uma por uma. Ficou sem paciência para a tarefa 1, pule para a 2, se acontecer de novo, vá para a 3 e depois quando cansar volte para a tarefa 1… Entre essas top 3 coloque, pelo menos, uma tarefa que você goste para dar uma folga e ir alternando o esforço;
  • Misture e alterne: nós fazemos as coisas movidos pela dor (fuga) ou pelo prazer (busca). E a procrastinação é essa busca pelo prazer (ver besteirinhas e futilidades na internet), porém, você pode intencionalmente substituir esse prazer por tarefas que você ama fazer.

Busque sempre essa mesclagem entre tarefas que exigem mais esforço e outras que são mais leves. Tarefas mais longas e outras mais curtas, as simples e as complexas. Sendo assim, facilitará mais a execução. E, para potencializar, não esqueça de fazer intervalos porque isso aumenta seu foco, criatividade e entendimento por mais tempo.

Se você se culpava por ser uma praticante da procrastinação produtiva, sem nem saber que isso existia, não precisa se sentir a pior pessoa do mundo, tendo em vista que isso é mais comum do que se imagina, só não estamos acostumadas a ouvir, falar e lidar com isso.

Espero que tenha te ajudado a esclarecer um pouco sobre esse assunto. Caso queira se aprofundar mais, indico o livro A Arte da Procrastinação de John Perry.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.