Superexposição a telas: o impacto no desenvolvimento infantil

As crianças estão passando um tempo cada vez maior em frente a um computador, celular ou televisão. O isolamento social provocado pela pandemia de Covid-19 impulsionou essa superexposição das crianças às telas. Por outro lado, é preciso ficar atento, já que é a infância o período de maiores modificações, tanto biológicas quanto psicossociais.

“É na infância que os indivíduos adquirem domínio motor, competências afetivo-social e desenvolvimento cognitivo. O tempo de exposição precoce à tela pode ser considerado um fator de risco em crianças podendo causar obesidade, maior pressão arterial e problemas relacionados à saúde mental”, alerta Roberta Lima, psicóloga clínica e professora-doutora do curso de Psicologia do Centro Universitário Tiradentes (Unit Pernambuco).

A psicóloga clínica explica que a superexposição reduz o tempo de interação social e familiar, possibilitando a exposição a conteúdos impróprios. “O ideal é que, durante as etapas de desenvolvimento, as crianças e os adolescentes sejam estimulados a ter uma vida ao ar livre. Recomenda-se que estas atividades sejam diárias por, no mínimo, uma hora, reservando um espaço na agenda para brincar, aprender e conviver com e na natureza, como forma de se desenvolver com plena saúde física, mental, emocional e social”, destaca.

Roberta acrescenta que os adultos devem ser companheiros de exploração e descobertas fortalecendo os vínculos de afeto entre pais e filhos, alimentando a curiosidade e a autonomia. “Alguns autores associam a alta exposição à tela a atrasos nos domínios de linguagem e habilidade motora fina. Isto tem sido alvo de uma demanda crescente nos consultórios de pediatria e psicologia clínica”, complementa.

Para se ter um antídoto a esse tempo excessivo em frente a uma tela, a professora-doutora elenca quatro elementos primordiais para melhorar a socialização e o desenvolvimento saudável da criança.

  • Acrescentar na rotina diária, atividades que possam ser realizadas ao ar livre.

  • Procurar de alguma forma, participar dessa rotina também.

  • Trocar os jogos eletrônicos por jogos de tabuleiro, de cartas e/ou esportes.

  • Verificar o que estão assistindo, que tipo de jogo, quem são os participantes e se é adequado à idade.

Segundo Roberta Lima, as dicas devem ser seguidas, principalmente, pelas crianças com idade de 0 a 6 anos de idade. “Nessa faixa o cérebro está sendo moldado e serão necessários, estímulos sempre novos para que elas absorvam e se interessem no futuro, a médio e longo prazo, por atividades para além dos recursos eletrônicos”, assinala.

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