A vida offline também é boa

Imagem: storyset - Freepik

A vida offline tem se tornado cada vez mais necessária para saúde mental. Levantamentos já apontam que são os brasileiros que passam maior tempo por dia no celular.

O período prolongado de exposição as redes sociais traz impactos importantes tanto para saúde física como mental. Do ponto de vista físico, há desgaste da visão, movimentos repetitivos (articulações), posição da cabeça. Do ponto de vista da saúde mental, podemos destacar: a dependência, comparações, impactos na concentração, sono, interação social até atraso na linguagem em crianças.

Apesar da exposição digital ser também uma necessidade de negócios e faturamento, não só de divertimento, torna-se necessário pensar que a dependência digital que pode levar a transtornos de esgotamento.

O tempo demasiado no mundo virtual afeta o desenvolvimento intelectual do cérebro aumentando o risco de distúrbios cognitivos, emocionais e comportamentais. O tempo dedicado ao virtual distancia o convívio social, a troca, o diálogo — que são importantes para o desenvolvimento de habilidades — favorece o sedentarismo, acarretando outras consequências como aumento de peso.

Nosso cérebro na expectativa de receber uma mensagem ou um “like” em uma foto postada, por exemplo, reage acionando um neurotransmissor (dopamina) que causa imediatamente sensações como prazer e satisfação. Essa sensação de prazer em excesso é o que vicia ao ponto desse mesmo neurotransmissor inibir a função responsável pelo controle dos impulsos, moderação do comportamento e tomada de decisões, causando dependência, como acontece em outros vícios como jogos ou drogas.

Vivemos no país mais ansioso do mundo e esse tipo de recompensa rápida, esse prazer momentâneo inibe a capacidade do cérebro de concentração. Parecem pequenas doses de alívio frente aos desafios da vida real. Outra questão é o excesso de estímulos, que acelera o cérebro podendo causar esgotamento mental comprometendo a cognição e a memória ou até mesmo o desenvolvimento intelectual. Esses sintomas podem evoluir para quadros mais graves.

Momentos de ócio e tédio são necessários! O cérebro precisa de momentos de pausa para se organizar e nos auxiliar na resolução de conflitos por exemplo. O sono também é algo que precisa ser preservado.

Vejam algumas dicas para equilibrar o uso das redes sociais e viver melhor na vida real:

  1. Defina horários para o uso do celular, principalmente se trabalha com o equipamento;
  2. Estabeleça momentos livres de tecnologia, aproveitar lugares onde o uso do celular não seja possível ou limitado;
  3. Realize atividades ao ar livre, exercícios físicos e de esportes, contato com a natureza, prática de meditação, yoga, entre outros;
  4. Favoreça sua interação social, converse, reúna familiares e amigos. Faça novos amigos;
  5. Aprecie as belezas da vida real, contemple a natureza;
  6. Reservar um tempo só seu, de autocuidado ou um cinema por exemplo;
  7. Desligue as notificações do celular ou deixe no silencioso;
  8. Descanse a mente fazendo nada ou colocando o sono em dia. Fazer nada hoje em dia também é uma atitude de saúde mental;
  9. Pratique um hobby, desenvolva sua criatividade e estimule seu cérebro;
  10. Procure um profissional se perceber algum sintoma que não esteja afetando sua rotina.

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