Ansiedade: Você sabe quando procurar ajuda?

Foto: freepik

Já atendi muitas pessoas ansiosas que tinham um desejo comum: acabar de vez com os sintomas de ansiedade. Mas será que isso é possível? 

Na verdade, a ansiedade é um mecanismo primitivo de sobrevivência e proteção. Nós herdamos dos nossos ancestrais a capacidade de prever um possível perigo ou ameaça, e nos preparar melhor para essas situações. 

Imagine a seguinte situação:

Você está voltando para casa à noite, caminhando sozinha, a rua está deserta, você percebe que um homem vem em sua direção. O que você pensaria e sentiria nesse momento? Provavelmente que ele iria roubá-la ou atacá-la.

Poderiam surgir 3 respostas à ansiedade: fugir, lutar ou até ficar imóvel e sem reação. Algumas reações físicas que poderiam surgir: coração batendo rápido, respiração ofegante, mãos suadas e frias, tensão muscular. Percebe que, a ansiedade é importante quando o perigo é real e grave. Nossa ansiedade nos faz ficar mais preparados para possíveis ameaças.

Acontece que nem sempre temos uma situação de perigo real a nossa sobrevivência, e temos uma resposta desproporcional da nossa ansiedade. E ainda duvidamos da nossa capacidade em lidar com essas situações. Isso gera grande desconforto emocional e físico e interfere na nossa funcionalidade, nos relacionamentos, estudo, trabalho e requer acompanhamento psicológico e psiquiátrico.

Além de existir uma preocupação persistente e excessiva, sem um motivo aparente, de difícil controle. Surgem inúmeros sintomas físicos relacionados ao Transtorno de Ansiedade Generalizada: nervosismo, cansaço fácil, tremores, náuseas, tonturas, falta de ar, batimento cardíaco acelerado, dificuldade de concentração ou “ter brancos”, irritabilidade, tensão muscular, dores de cabeça, dificuldade para dormir, sensação de “nó na garganta”, entre outros. Lembrando que esses são sintomas frequentes, mas o diagnóstico deve ser dado pelo profissional médico.

Resposta normal x Resposta disfuncional

  1. PREOCUPAÇÃO COM MOTIVO ESPECÍFICO

Ex.: prova, viagem, entrevista… situações que gerem muita expectativa ou ameaça física

2. ATINGE UM PICO E “PASSA” Os sintomas podem piorar próximo ao evento, mas você volta ao seu estado normal depois que esses eventos acabam

3. PODE SER ÚTIL E FUNCIONAL

você fica mais preparado

  1. NÃO TEM UM MOTIVO/ aparece “do nada”

Não há situações que gerem grande expectativa ou que represente uma ameaça

  1. MAIOR DURAÇÃO/FREQUÊNCIA E INTENSIDADE

Padrão contínuo, de difícil controle

  1. GERA GRANDE SOFRIMENTO E PREJUÍZO FUNCIONAL

Atrapalha relacionamentos sociais, familiares, trabalho, estudo.

Quando temos ansiedade, nós queremos nos livrar dela o mais rápido possível. Mas na verdade, essa não é uma boa ideia.  A ansiedade é nosso sistema de alerta para perigos. Precisamos na verdade, aprender a avaliar o nível de ameaça em uma situação para desencadearmos uma reação proporcional a esse risco. Aumentando assim, a nossa capacidade de enfrentar situações que nos deixam ansiosos. 

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