As MÃOS me curam!

Como amante das manualidades, eu sempre soube a importância do trabalho feito à mão na minha vida, mas, não tinha a clareza em ver que esse par de instrumentos, as mãos, seriam determinantes para me manter viva! 

De muito nova, já havia o interesse em artes no geral, passeando por várias tipologias: bordado, macramê, biscuit, cerâmica, costura, cartonagem, origami, quilling, desenho…  À procura de uma profissão, a graduação em Arquitetura e Urbanismo veio confirmar a afinidade diretamente ligada ao meu principal instrumento. Nas artes, o bordado em ponto cruz, ensinado pela minha mãe, Arivânia, expandiu e tomou posição de protagonista.   

Hoje, vejo que as mãos ocuparam e continuam ocupando um papel que extrapolaram as funções fisiológicas e motoras do meu corpo. Elas trabalham a mente e me trazem equilíbrio de emoções, tratando em conjunto com meu tratamento de câncer de mama iniciado em janeiro de 2022, além de que: 

• Elas desafiaram o tempo, trabalhando junto com fios de algodão, agulhas e tecido, bordaram nas manhãs de infusão na quimioterapia e fizeram 5 meses de protocolo ter um impacto menor no meu dia a dia;
• Distraíram a mente, tirando o foco de remédios, pós-operatório, procedimentos do tratamento e decisões a serem tomadas em curtíssimos prazos, e assim estimularam a criatividade e criação de combinações de cores e formas para novos bordados;
• Driblaram a ansiedade quando o desconforto do tratamento aparecia e faltavam dedos para serem estalados e apertados. (Sim, a energia tensa fluía e era dissipada pelo meu corpo através das mãos, onde era claro ver o reflexo do meu emocional: mãos tranquilas, mente tranquila);
• Desataram os nós do bordado, ensinando que, com paciência e confiança, até o problema mais complexo também pode ser dissolvido;
• Ofereceram carinho e aconchego do cafuné na careca, que curam a alma e tranquilizam o coração;
• Trouxeram Deus para perto, juntando as mãos em oração e acompanhado d’Ele, a certeza da cura;

E no começo de tudo, foram elas que alertaram no toque que algo estava onde não devia existir e que eu precisava investigar junto a um profissional especializado o que fazer.

O autoexame é simples, não custa tempo nem dinheiro.  No meu caso, a doença é silenciosa, eu não sentia absolutamente nada antes de ser diagnosticada. Vivia a vida normalmente até que as mãos me indicaram o começo da jornada que continuo a caminhar. 

Seja no trabalho manual para curar a mente ou no autoexame, faça uso da sua cura pelas mãos.

Se toque, mulher!