Burnout afetivo, isso existe?

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De acordo com Ministério da Saúde, o Burnout é caracterizado por um distúrbio emocional que se apresentando através de sintomas como: exaustão extrema, estresse e esgotamento físico. A principal causa condicionada ao Burnout são situações profissionais que vão do excesso de trabalho, funções ou rotinas desgastantes a alta competitividade e responsabilidade. 

Estudos apontam que, apenas em 2019, quase 20 mil brasileiros solicitaram afastamento médico por doenças mentais originadas no trabalho. Partindo desse cenário que entendemos o esgotamento no ambiente de trabalho, você já ouviu a expressão Burnout Afetivo (em inglês, Dating Burnout)?

Mas o que é esse tal de Burnout Afetivo?

Sim, é isso mesmo, não somente no campo ocupacional que possuímos fadiga ou exaustão extrema. Cada vez mais pessoas experimentam as sensações de cansaço físico, mental e emocional, queda na energia, disposição e produtividade e até mesmo baixa na imunidade, dor de cabeça e crises de ansiedade por conta de frustrações em seus relacionamentos amorosos. E para toda essa coletividade de sensações novos estudos relacionam ao que chamamos de Burnout Afetivo.

E quais as principais causas do Burnout Afetivo?

Toda essa volatilidade e possibilidade de conexão e envolvimento com muitas pessoas diferentes ao mesmo tempo, pode ser avaliada como positiva, pois permite mais confiança e acessibilidade em nossas escolhas. Mas, por outro, desgasta a busca por um relacionamento saudável, perfeito e de longo prazo. Além de diminuir a tolerância à frustração, pois existe uma facilidade gigantesca em toda essa acessibilidade. Bom mas quem nunca se frustrou? Não somos perfeitos e cultivar esse ideal de relação perfeita é uma ilusão que alimentamos, não é mesmo? Mas infelizmente nos tornamos a cada dia mais desconectados de quem está à nossa volta e diante disso surgem dificuldades relacionais com a intimidade

Muitas pessoas se tornam reféns das funcionalidades desses apps e passam horas seguidas checando perfis de possíveis candidatos, mensurando sua própria popularidade, o que ajuda em sua busca por autoafirmação e correndo o risco de deixar de lado outras tarefas importantes, bem como o autocuidado ou atividades de lazer.

O Burnout Afetivo surge a partir da desilusão gerada por experiências mal sucedidas. Imagine-se dedicando energia, tempo e uma dose de apego emocional em um possível namoro, ele não resulta em nada e se torna apenas uma história de decepção. Você deve estar se perguntando, mas isso sempre aconteceu não é mesmo? Sim, desilusões fazem parte do processo, mas imagine uma sequencias delas em um curto espaço de tempo.

o excesso de paquera virtual pode aumentar a dimensão da exaustão, em tempos que temos menos tolerância aos desafetos, partimos para uma próxima conquista. Assim, vive-se um ciclo desgastante de busca contínua. Muitas pessoas experimentam essa busca frenética pelo próximo relacionamento perfeito, que nunca vai chegar porque não existe. 

Quais os sintomas?

Alguns sinais importantes ajudam a identificar quando alguém está sofrendo de Burnout Afetivo:

  • Os relacionamentos parecem dar muito trabalho;
  • Sensação de cansaço ao pensar em interações com outras pessoas;
  • Pouco interesse em socializar;
  • Atividades divertidas passam a ser enfadonhas;
  • Períodos de reclusão ou isolamento;
  • Desistência ao menor sinal de descontentamento;
  • Medo de ser rejeitado.

Algumas pessoas colocam os relacionamentos amorosos como uma parte central na vida e, quando se sentem exaustas e cansadas, tendem a estender o sentimento para outras áreas. Então, fique alerta caso você se perceba com esses sinais.

Mas o que fazer?

Ao notar esses sentimentos, o ideal é fazer uma pausa. Sabe aquela frase: “Nada como férias para voltar renovado ao trabalho”? Assim também é com a paquera. Experimente ficar mais com você e se permita fazer coisas que goste, visite amigos e assista aquele filme que te enche de lembranças positivas. Cultive novos hábitos e hobbies. Permita-se descobrir novos talentos e se olhe como sua própria aventura

Aceitar a realidade é outra recomendação relevante. Nada de alimentar ilusões, lembrando que o amor não é um mar de rosas. E lembre-se estiver difícil, peça ajuda. Um processo psicoterapêutico pode ajudar a entender padrões não saudáveis de relacionamento e o que pode estar atrapalhando para que encontre um relacionamento de fato saudável.

Para evitar ou prevenir uma situação de Burnout Afetivo priorize sua relação consigo mesmo. Invista em atividades prazerosas, converse com amigos queridos, mantenha uma rotina saudável e procure dedicar alguns minutos diários para se conectar com você, seus pensamentos e sentimentos.

Meu desejo é que você possa se olhar com mais autocompaixão e atender as suas necessidades de forma intencional, leve e autêntica.

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