Primeira escalada: O céu é o limite

Foto: Denys Nevozhai - Unsplash

Já fez algo que desafiasse seus limites esportivos? Mesmo que para outros não fosse tão radical assim?  Então, vou te contar uma breve experiência, de uma marinheira de primeira viagem, que recebeu um presente de aniversário inusitado e pra lá de desafiador. Quem sabe isso não te dá ânimo e coragem para ousar nas suas atividades físicas, liberando mais adrenalina e chacoalhando sua rotina com novas e diferentes emoções. 

Era agosto de 2017, dia incrivelmente lindo, sol brilhante, brisa fria, características do pleno inverno paulista, com um cenário espetacular ao fundo… Até então, eu não sabia o que o destino me reservava. Segredo total! Mas, só de estar em meio à natureza, praticando montanhismo, ouvindo os pássaros nativos, comendo morangos silvestres, tomando água da fonte, respirando ar fresco, já estava de bom tamanho. E como sempre me considerei corajosa, o que poderia ser que eu não topasse? E assim, aproveitava para me “nutrir” da energia de Gaia na Serra da Mantiqueira.

Exatamente após 2h de prática cheguei à base do que me aguardava: a famosa Pedra do Baú. Localizada no pacato município de São Bento do Sapucaí, localizado no estado de São Paulo. Exatos 1964 metros de altitude e 340 metros de altura me esperavam para uma escalada de tirar o fôlego. Desafiador para uma iniciante, não acha? 

Da base não dava pra ver o topo. E em poucos instantes veio um misto de sensações, incluindo taquicardia, calafrios, moleza, além do meu próprio silêncio, enquanto o guia tranquilamente seguia colocando os devidos apetrechos de segurança. Naquele momento não pensava em mais nada, só em subir logo e descer mais rápido ainda. Porque até onde eu sabia, o ideal era fazer uma preparação para tal prática (adaptação à altura), acostumando corpo e mente. Mas, naquele momento, isso foi apenas um lapso de consciência. 

Devidamente organizada, comecei a subir, e a cada degrau de ferro o coração acelerava mais. À medida que o tempo passava a pedra ia ficando mais íngreme, até que fiquei completamente reta, em pé, não mais inclinada. Parei, respirei, olhei para os lados, e que sensação indescritível, que momento desafiador, que “voo” livre sem asas. Apesar das pernas tremendo e os braços cansados, naquele momento percebi o quão magica estava sendo aquela aventura, tudo diferente, totalmente fora da minha zona de conforto. No entanto, o mais difícil ainda estava por vir: trocar de lado da pedra. Nesse momento olhei para baixo pela primeira vez, e bateu o desespero. Estava decidida a parar, quando percebi a escrita em uma das fendas da pedra: “os fracos ficam por aqui”. Ah, era disso que eu precisava! 

Segui adiante e não acreditei quando cheguei ao topo, SURREAL. Após 1h de escalada estava “perto de Deus”, contemplando um dos sunsets mais incríveis acompanhada de um café fresquinho, feito na hora. Que dia! E a descida? Tão fantástica quanto à subida, com direito as pernas tremendo durante o trajeto e o coração mais tranquilo para admirar melhor o entorno. Desafie-se e descubra novas paixões. 

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